domingo, 17 de maio de 2015

90 pessoas pulando em cima da minha cabeça
não vejo a hora de se despedaçar
as paredes se fecham
sei que uma hora vão me esmagar
mas sair é impossível
os lados que percebo sempre são os mesmos
estou sozinha como sempre estive
mas sempre mascarei

90 pessoas chutam minha cabeça
ouço os ossos quebrando
mas nada posso fazer
fico aqui parada
esperando a hora passar
lendo qualquer porcaria fútil
pensando qualquer besteira sem nexo
e espero

segunda-feira, 14 de outubro de 2013

o que não sinto mais

O tempo
Exatamente como sinto
Nos passos largos
Na subida da rua 

Aqui já não há 
Espaço para mim
O agora já perdeu sentido
E eu a respiração 

O escuro diz
Que é lá que devo estar
Ando e ando
Mas meu mundo nunca sai do lugar

Os mesmos lares
Nessa mesma rua
E o mesmo pensamento
Sobre o fim 

O resto de uma poesia perdida

Estou morta
Estou morta em mim
Estou morta na terra
Estou morta no céu
Estou morta nas musicas 
Estou morta nas cinzas 
Estou morta nos planos
Estou morta nas mentiras
Estou morta em minha cama
Estou morta hoje, ontem, amanhã 
Estou morta em seu olhar
Estou morta na multidão 
Estou morta na solidão 
Estou morta nessas palavras 
Estou morta do inverno ao verão 
Estou morta
No que sobrou
De mim

quinta-feira, 19 de setembro de 2013

a fuga

a verdade
nua e
crua
tritura
o que ainda
prestava
dentro de mim
do passado
onde nada era real
e o amor,
uma mentira.

não sei como
não sei onde
não descobri o quê
me fez ser
o eu de agora
que desiste de ser
e se destrói
aos poucos
no passado bom

não há nada
melhor que a estrada
do meu eu
ao teu
e isso
eu sinto
é distante
onde foi bom
não tão longe
como o ultimo gole
do que morreu

aqui sentada lembrarei
do que o tempo fez
do que o tempo fará
e que de tudo
fica um pouco
do teu vinho
do meu ninho
do teu beijo
do meu desejo
do teu pavor
do meu amor
e tudo ficou um pouco



quarta-feira, 18 de setembro de 2013

fjögur píanó

da angústia de gritar
da ânsia de saber
do desejo de soltar
do medo de perder

o azul que embala
o mar
o verde que enlaça
o ar

a tristeza
que a felicidade traz
com o amor
de quando a noite cai

a solidão
do café forte
agarrando
o doce paladar

o jeito de sofrer
a dor de cair
a aflição de viver
o desagregar do ir

o teu braço
no meu abraço
o meu abraço
no teu braço

sentir

O braço
Em abraços

O lábio
Em sorrisos

Tu vens
Tu vês

Minha alma deseja
A sua

Minha tristeza se completa
Com a tua

O seus olhos
De melancolia
Abraçam os meus
Dominados pela agonia

Procuro em ti
O que não há em mim
Somos um só
Nos completamos.

25

Minha angústia me cerca.
A respiração para e
Caio no chão frio
No lugar mais escuro do espaço.

O desespero grita
Meus olhos tentam achar
Os únicos curtos dias
Que o sorriso foi real.

Procuro teu olhar
Teu carinho
Tua voz
Que não existem mais.

A realidade voltou
Com a chuva e o frio
Que desespera os fracos.
Fugimos.

Não acho nada que é teu
Nem na tristeza que somos.
O único grito que há
É de solidão.