segunda-feira, 14 de outubro de 2013

o que não sinto mais

O tempo
Exatamente como sinto
Nos passos largos
Na subida da rua 

Aqui já não há 
Espaço para mim
O agora já perdeu sentido
E eu a respiração 

O escuro diz
Que é lá que devo estar
Ando e ando
Mas meu mundo nunca sai do lugar

Os mesmos lares
Nessa mesma rua
E o mesmo pensamento
Sobre o fim 

O resto de uma poesia perdida

Estou morta
Estou morta em mim
Estou morta na terra
Estou morta no céu
Estou morta nas musicas 
Estou morta nas cinzas 
Estou morta nos planos
Estou morta nas mentiras
Estou morta em minha cama
Estou morta hoje, ontem, amanhã 
Estou morta em seu olhar
Estou morta na multidão 
Estou morta na solidão 
Estou morta nessas palavras 
Estou morta do inverno ao verão 
Estou morta
No que sobrou
De mim