quinta-feira, 19 de setembro de 2013

a fuga

a verdade
nua e
crua
tritura
o que ainda
prestava
dentro de mim
do passado
onde nada era real
e o amor,
uma mentira.

não sei como
não sei onde
não descobri o quê
me fez ser
o eu de agora
que desiste de ser
e se destrói
aos poucos
no passado bom

não há nada
melhor que a estrada
do meu eu
ao teu
e isso
eu sinto
é distante
onde foi bom
não tão longe
como o ultimo gole
do que morreu

aqui sentada lembrarei
do que o tempo fez
do que o tempo fará
e que de tudo
fica um pouco
do teu vinho
do meu ninho
do teu beijo
do meu desejo
do teu pavor
do meu amor
e tudo ficou um pouco



quarta-feira, 18 de setembro de 2013

fjögur píanó

da angústia de gritar
da ânsia de saber
do desejo de soltar
do medo de perder

o azul que embala
o mar
o verde que enlaça
o ar

a tristeza
que a felicidade traz
com o amor
de quando a noite cai

a solidão
do café forte
agarrando
o doce paladar

o jeito de sofrer
a dor de cair
a aflição de viver
o desagregar do ir

o teu braço
no meu abraço
o meu abraço
no teu braço

sentir

O braço
Em abraços

O lábio
Em sorrisos

Tu vens
Tu vês

Minha alma deseja
A sua

Minha tristeza se completa
Com a tua

O seus olhos
De melancolia
Abraçam os meus
Dominados pela agonia

Procuro em ti
O que não há em mim
Somos um só
Nos completamos.

25

Minha angústia me cerca.
A respiração para e
Caio no chão frio
No lugar mais escuro do espaço.

O desespero grita
Meus olhos tentam achar
Os únicos curtos dias
Que o sorriso foi real.

Procuro teu olhar
Teu carinho
Tua voz
Que não existem mais.

A realidade voltou
Com a chuva e o frio
Que desespera os fracos.
Fugimos.

Não acho nada que é teu
Nem na tristeza que somos.
O único grito que há
É de solidão.