Não tenho controle sobre meu próprio pobre corpo. O que digo, o que penso, o que faço, como eu ajo, nada disso faz parte de minha verdadeira alma. Estou perdida no meu próprio caminho feito por migalhas de pão que os pássaros esfomeados comeram.
É acordar e dormir, e nem isso faço por vontade própria, e o que sobra disso tudo é a solidão entre chá e café, café e chá. Talvez meu corpo está tentando tomar seu próprio rumo pela pressão desses dias calorentos, dessa chuva molhada, desse mundo vazio...
Minha alma grita por aconchego, ela ainda tem esperança. Mas a melancolia e a solidão de dias de climas bipolares deixam-me presa em um mundo que é só meu, e quando dias aparentemente livres - para meu corpo- chegam devagar, minha alma não se desgruda desse mundo, e meu corpo se sente livre, viro criança,
mas ao fundo estou presa no preto e no branco, no mundo em que todos falam tanto odiar, já eu digo apenas que é o meu mundo. É apenas um tipo de daltonismo, que é da alma não dos olhos.
O preto é a solidão e a tristeza, o branco é a monotonia, e eu sou só mais uma vitima deste mundo vazio. Isolar-se não adianta. Chorar-me só piora. Gritar estraga a voz. Implorar é humilhação. O certo é conviver até a cor chegar no relógio. E pingos que libertem minha alma caem do céu. Se sentir livre deve ser bom.
domingo, 25 de março de 2012
domingo, 11 de março de 2012
Oco.
O desespero das almas pobres e fracas pode ser ouvido nesse
silêncio agoniante de noite quente. Tapo meus ouvidos com as mãos molhadas, me
recuso ao ouvir o torturante som dos gritos aterrorizantes vindo de interiores
fracos e frágeis, de corpos podres e repugnantes. Já basta o meu, o eu,
gritando, mendigando, suplicando, implorando, por um corpo melhor, por ser
melhor.
A minha angústia por
não sentir é maior do que quando sinto. É triste e torturante dormir e acordar
no escuro, afogada na solidão de dias quentes, porém dentro de mim é tudo
sempre tão frio e vazio. Mas os dias são cheios, as pessoas ocupadas, os carros
poluidores, o sol infernal, os olhos perdidos, o mundo denso, e meu coração tão
esquecido.
Todo dia é noite e
toda noite é escura. Não há estrelas nem lua em meu céu particular, ou tem e
meus olhos não enxergam, e é tudo culpa da falta de amor que coloca suas mãos
em minha face esquecendo-se dos buracos para os olhos, assim tudo vira escuro e
triste. É a falta de amor, tão triste e deprimente. A falta de animação, tão
desalegre e melancólico. O vazio, tão cheio e confuso. O tempo, rápido e lento.
É a solidão, mal dos que amam e dos que não sabem o que é amar.
- Nicole Elis
sexta-feira, 9 de março de 2012
Utopia.
Toda sua dor,
cura em seu corpo suado,
molhado.
Todo amor sofrido,
é esquecido,
com suas mãos molhadas em pele seca.
Toda a carência de uma alma,
é derrotada,
quando se está calma.
Todo o calor é aceitável,
quando o coração acelera,
e o ser vira amável.
Toda vida é curada,
na satisfação divina,
de uma alma cansada.
E nas cavalgadas,
e nas ondas do mar,
o bom sempre é amar e amar.
E a dor é ardente,
o calor que mente,
para alguém que cansa de ser só.
É culpa de alma pobre,
assim se descobre
o amor e a ilusão.
Não é poema,
é explosão.
Não é amor,
é salvação.
cura em seu corpo suado,
molhado.
Todo amor sofrido,
é esquecido,
com suas mãos molhadas em pele seca.
Toda a carência de uma alma,
é derrotada,
quando se está calma.
Todo o calor é aceitável,
quando o coração acelera,
e o ser vira amável.
Toda vida é curada,
na satisfação divina,
de uma alma cansada.
E nas cavalgadas,
e nas ondas do mar,
o bom sempre é amar e amar.
E a dor é ardente,
o calor que mente,
para alguém que cansa de ser só.
É culpa de alma pobre,
assim se descobre
o amor e a ilusão.
Não é poema,
é explosão.
Não é amor,
é salvação.
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