domingo, 27 de maio de 2012

O que será?

Estou viva!
Talvez não em memórias,
talvez não em vidas,
talvez não em mim!

Estou presa!
Nos dias,
na nostalgia,
na monotonia.

O dom de ser,
já não é.
Mas agora,
tudo se foi.

Oh, grande ser decrépito.
Por que trazes a morte,
como sua amiga de infância,
trazendo sua doce capa preta?

Não há nada em vida,
imagina se há em morte.
Só muda de paredes brancas,
para uma escuridão enorme.

segunda-feira, 7 de maio de 2012

Silêncio.

É o que escuto,
em dias e noites,
no escuro e no claro.
Até quando pássaros cantam,
até quando as pessoas falam.

Eu -será mesmo eu?
Não sei a quem pertenceu,
os cantos afáveis.
Não era alma,
não era dor.

Sem aconchego ou amor.
É tudo sombrio agora,
o lado escuro -e silencioso,
do mundo nos dominou.

Assim se esmagou,
secos lábios fúnebres,
em apenas terra e mar,
não há fala,
não há voz.

Oh morte que não chegas!
Deixaste teu filho com nós,
amargurando-nos com a sombra que regas,
em forma de nuvem escura,
com cheiro de tempestade que chega impura.

Silêncio.
Alimente-nos com seu sabor amargo.
Silêncio.
Dê-nos seu gosto de morte.
Silêncio.


Nicole Elis