segunda-feira, 7 de maio de 2012

Silêncio.

É o que escuto,
em dias e noites,
no escuro e no claro.
Até quando pássaros cantam,
até quando as pessoas falam.

Eu -será mesmo eu?
Não sei a quem pertenceu,
os cantos afáveis.
Não era alma,
não era dor.

Sem aconchego ou amor.
É tudo sombrio agora,
o lado escuro -e silencioso,
do mundo nos dominou.

Assim se esmagou,
secos lábios fúnebres,
em apenas terra e mar,
não há fala,
não há voz.

Oh morte que não chegas!
Deixaste teu filho com nós,
amargurando-nos com a sombra que regas,
em forma de nuvem escura,
com cheiro de tempestade que chega impura.

Silêncio.
Alimente-nos com seu sabor amargo.
Silêncio.
Dê-nos seu gosto de morte.
Silêncio.


Nicole Elis

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