Oh vida,
por que és tão morte?
Tirou-se de mim a sorte,
de dias afortunados.
Oh morte,
por que existes?
Se a vida tão curta,
já é óbito de dias profundos.
Somos dança,
somos luz.
Somos cabecinhas
afogadas no azul.
Oh vida,
por que és tão cinza?
Trouxe-me um eu,
tão lôbrego e lúgubre.
Somos olhos,
somos narizes,
somos bocas,
somos dedos.
Brindemos a morte,
que nos trouxe a vida.
Brindemos a vida,
que nos trará a morte.
O escuro tão fúnebre,
o sol tão doloso.
Os passos tão quentes,
as lágrimas tão amenas.
Oh morte,
por que vives?
Nenhum comentário:
Postar um comentário