sábado, 28 de abril de 2012

Ciclo.

Oh vida,
por que és tão morte?
Tirou-se de mim a sorte,
de dias afortunados.

Oh morte,
por que existes?
Se a vida tão curta,
já é óbito de dias profundos.

Somos dança,
somos luz.
Somos cabecinhas
afogadas no azul.

Oh vida,
por que és tão cinza?
Trouxe-me um eu,
tão lôbrego e lúgubre.

Somos olhos,
somos narizes,
somos bocas,
somos dedos.

Brindemos a morte,
que nos trouxe a vida.
Brindemos a vida,
que nos trará a morte.

O escuro tão fúnebre,
o sol tão doloso.
Os passos tão quentes,
as lágrimas tão amenas.

Oh morte,
por que vives?




Nenhum comentário:

Postar um comentário