segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Vazio de verão.

 A lacuna que o verão está deixando é maior que o sol que esquentou minha cabeça por tanto tempo. Queimo por fora e por dentro, de sentimentos incógnitos. Sim, o sentimento está por fora, consigo ver o reflexo deles no espelho, eles gritam para ser ouvidos por todos, mas só eu consigo ficar surda com seus gritos. Acho que é porque sinto...

 Apesar do vácuo gritante dentro de mim, me sinto cheia de tudo, até o impossível está dentro de mim. É o tudo disfarçado de nada. Parece que de tão quente que isso é, não consigo mais me mexer levemente para dançar no ritmo da vida, e vou ficando cada vez mais parada, no canto, como se estivesse triste, mas é só o tudo, ou o nada, é só o sol.

 E as nuvens se mexem, só elas. O sol fica parado, esperando ser coberto. E quando a chuva cai é como uma comemoração sem querer saber das grandes consequências, é como um carnaval dentro de mim. Então sentimentos gritantes passam à cantar rimas tão bobas que é até difícil de entender o que se passa. Mais uma vez são confusos e inexplicáveis.

 Os sonhos vão se aprofundando ainda mais em cada pedaço de mim, e vai ocupando todo o meu ser, tentando acabar com todos os espaços vazios. Então tudo vira sonho, sono, ilusão. Os sentimentos que antes gritavam e depois cantavam, evaporaram depois da grande chuva.

 Viro por mais uma vez uma alma de sonhos, uma pobre cabeça iludida, enquanto em algum lugar de mim ainda sobram grandes vazios, que talvez não seja tão vazio assim...

Nicole Elis

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