Não tenho controle sobre meu próprio pobre corpo. O que digo, o que penso, o que faço, como eu ajo, nada disso faz parte de minha verdadeira alma. Estou perdida no meu próprio caminho feito por migalhas de pão que os pássaros esfomeados comeram.
É acordar e dormir, e nem isso faço por vontade própria, e o que sobra disso tudo é a solidão entre chá e café, café e chá. Talvez meu corpo está tentando tomar seu próprio rumo pela pressão desses dias calorentos, dessa chuva molhada, desse mundo vazio...
Minha alma grita por aconchego, ela ainda tem esperança. Mas a melancolia e a solidão de dias de climas bipolares deixam-me presa em um mundo que é só meu, e quando dias aparentemente livres - para meu corpo- chegam devagar, minha alma não se desgruda desse mundo, e meu corpo se sente livre, viro criança,
mas ao fundo estou presa no preto e no branco, no mundo em que todos falam tanto odiar, já eu digo apenas que é o meu mundo. É apenas um tipo de daltonismo, que é da alma não dos olhos.
O preto é a solidão e a tristeza, o branco é a monotonia, e eu sou só mais uma vitima deste mundo vazio. Isolar-se não adianta. Chorar-me só piora. Gritar estraga a voz. Implorar é humilhação. O certo é conviver até a cor chegar no relógio. E pingos que libertem minha alma caem do céu. Se sentir livre deve ser bom.
Nem tudo é monocromático, entre o branco e o preto há mais cores que se pode imaginar. Há de vir o colorido.
ResponderExcluirAssim acontece com o que sentimos. Quando são tantos sentimentos e cores juntas, enxergo a solidão escura de tantas coisas juntas que torna a minha alma insuportável.
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